domingo, 6 de julho de 2008

No X Congresso das Cidades Educadoras

O X Congresso Internacional de Cidades Educadoras, ocorrido em Abril deste ano em SP teve como mediadora Ruth Cardoso – de saudosa memória.

.“Para falarmos sobre a construção de cidadania em cidades multiculturais, precisamos discutir sobre o multiculturalismo em si e as formas de lidar com ele. E, como observamos na fala do professor Martins, valorizar o que já existe de positivo é muito importante e saber como levar adiante agregando o novo também”, explica Ruth.
O doutor em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo, professor Demétrio Magnoli, polemizou o debate dizendo que é preciso analisar a forma de interpretação dada ao atual multiculturalismo: “Os que defendem esse conceito atual baseiam suas idéias na etnologia colonial que separa e classifica a população criando desvios e privilégios”, esclarece. “As cidades querem ser mestiças. Nós queremos que sejam multiculturais”.
A diplomata, vice-presidente da Empresa Paulista de Planejamento Urbano (Emplasa) e assessora internacional do Governo do Estado de São Paulo, Helena Gasparian, concorda com Demétrio: “Esse tipo de classificação não dá liberdade individual para que as pessoas possam se encaixar em determinada identidade cultural”.

Para Helena, a cidade de São Paulo é emblemática por mostrar ao resto do mundo que é possível incluir e crescer: “São Paulo, maior centro industrial da América Latina, é também a cidade mais mestiça do mundo. E conseguiu este feito acolhendo e modificando para melhor a vida de seus imigrantes. Não somos apenas multiculturais. Somos miscigenados”, destaca.

Fraya Freshe, socióloga, professora do Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo (USP), reforçou a importância dos exemplos trazidos pelo professor Martins e falou sobre os espaços públicos, principalmente os centros das cidades, como cenário de integração da diversidade, e de políticas sociais que estimulem e facilitem a acessibilidade a eles: “O centro da cidade nos coloca em contato com a diversidade simbólica e arquitetônica. A exemplo do que acontece em Paris, na França, precisamos tornar o pedestre o principal personagem urbano”.

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